Empresa implantou a usina fotovoltaica em 2019 e economia gerada já pagou financiamento do projeto
O hotel Paraíso das Águas, localizado em Bonito (MS), recebeu mais uma certificação por praticar ações de turismo sustentável. Na 1ª quinzena de agosto, a empresa foi contemplada com a certificação do instituto Selo Solar, auditora nacional responsável por recomendar negócios que utilizam fontes de energia renováveis.
É importante destacar que a aferição é realizada pelo Instituto Ideal, uma entidade que tem o propósito de fomentar a aplicação de fontes limpas de energia no setor público, empresarial e acadêmico. Localizado em Santa Catarina, o centro conta com parcerias de duas organizações europeias que defendem o mesmo ideal.
De acordo com a CEO do Paraíso das Águas, Silvia Schmidt, o projeto da usina fotovoltaica foi instalado em 2019, aproveitando uma linha de crédito disponibilizada pelo BNDES para que empreendimentos nacionais utilizassem modelos de energia limpa (solar, eólica e de biomassa, por exemplo).
“O projeto inicial foi elaborado para gerar 9.000 kw/h por mês, o que deveria ser suficiente para atender a demanda do hotel, nas altas temporadas. No entanto, tivemos um incremento na ocupação, gerando um déficit de energia. Isso nos levou a adquirir outro sistema para suprir os kw necessários. Desse modo, manteremos nosso negócio funcionando com 100% de consumo, proveniente de energia limpa”, esclarece.
Recorde na geração de energia renovável
Uma informação divulgada pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), deixou o setor bastante animado. As usinas hidrelétricas, eólicas, solares e de biomassa foram responsáveis por 92% do total da eletricidade produzida no país em 2022, o maior percentual conquistado nos últimos 10 anos.
Com esse entendimento, podemos fazer um recorte para a cidade de Bonito (MS) e o hotel Paraíso das Águas. Silvia revela que desde o início da geração (setembro de 2019) até a 1ª quinzena de agosto, a usina particular gerou 387.546 kwh de energia limpa.
“Isso significa muito para nós, pois reduzimos a emissão de carbono na atmosfera em 386.702 kg. Outro resultado foi a economia gerada no consumo de energia, essencial para quem trabalha com comércio. Em outras palavras, pagamos o projeto inicial (financiamento) e ainda temos, pelo menos, 10 anos de vida útil do equipamento. Então, posso afirmar que estou muito satisfeita com a energia renovável”, pontua.
Silvia conta ainda como chegou até o Instituto Ideal, já que a maioria das certificadoras que operam com geração de energia, estão focadas na comercialização de créditos de carbono, o que não é a realidade da hospedagem de turismo sustentável.
“Conhecemos o trabalho desenvolvido pelo Instituto e observamos que atuam na validação de empresas de pequeno porte que usam energia limpa. Então, fizemos contato inicial e recebemos as orientações necessárias para comprovar nosso sistema. Depois de analisar toda a documentação, a certificadora emite o selo reconhecendo a empresa que opta por energia renovável”, explica.
Qual o grau de dificuldade para mudar o tipo de energia?
As empresas interessadas em implementar uma usina fotovoltaica devem ficar conscientes de que não é possível realizar o processo por etapas, como acontece em reformas, por exemplo. Silvia compartilha a experiência da hospedagem, destacando que, por questões técnicas, o projeto inicial precisa ter o tamanho definido.
“Infelizmente, não dá para começar aos poucos, já que não tem como segregar os ambientes, a não ser em casos de projetos instalados em áreas remotas e que não tenham rede elétrica. Para essas situações, são usadas baterias que armazenam a energia gerada durante o dia, e utilizada no período da noite”, reforça.
Contudo, a empresária acrescenta que é possível adquirir energia solar de terceiros, fato que já é regulamentado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
Colocar em prática a sustentabilidade dos destinos turísticos
A hospedagem localizada em Bonito (MS) atende as recomendações de sustentabilidade previstas no turismo sustentável. Tanto é que recebeu a recomendação de viagem sustentável pela plataforma Booking e de hotel Ecofriendly pela Travelmith.
Na avaliação da empresária, ainda que a fonte de energia utilizada no hotel seja renovável, nada justifica o desperdício. “Ainda que tenhamos conseguido uma redução expressiva na conta de energia, seguimos com outras práticas como manutenção correta dos equipamentos, substituição de lâmpadas normais pelas de led, sensores de presença, entre outros”, acrescenta.
Por fim, Silvia reforça que ações diárias simples são fundamentais para reforçar nos hóspedes, o senso de eficiência energética, tão importante na atualidade. “Em hospedagens, pousadas e hotéis, apagar a luz do local que não está em uso ainda é muito importante, mesmo com energia solar. Afinal, precisamos gerar um ‘estoque’ nos dias ensolarados, que são aproveitados em períodos nublados e chuvosos. Por isso, sempre pedimos que todos tenham bom senso e colaborem”, conclui.
Fonte: Aline Oliveira
DRT 044/MS
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